O actor Morais e Castro, que em 2006 comemorou 50 anos de carreira, morreu hoje em Lisboa vítima de cancro
José Armando Tavares de Morais e Castro nasceu em Lisboa a 30 de Setembro de 1939.
Actor e encenador, Morais e Castro era também licenciado em Direito pela Universidade de Direito de Lisboa, tendo igualmente exercido a profissão de advogado.
Foi também dirigente do Partido Comunista Português (PCP).
Morais e Castro, que era casado com a actriz Linda Silva, estreou-se no palco com o Grupo Cénico do Centro 25 da Mocidade Portuguesa quando ainda era estudante do liceu.
A sua estreia a nível profissional ocorreu no Teatro do Gerifalto, dirigido por António Manuel Couto Viana, com a peça A Ilha do Tesouro.
Em 1958 estreou-se na televisão intrepretando O rei veado, de Carlo Gozzi, realizado por Artur Ramos.
No Teatro do Gerifalto integrou várias peças como O fidalgo aprendiz, de Francisco Manuel de Melo, ou Os velhos não devem namorar, de Afonso Castellau.
Em 1960, interpretou juntamente com Laura Alves a peça Margarida da Rua e um ano depois estreou-se na encenação, dirigindo O borrão, de Augusto Sobral, no grupo Cénico de Direito, que no mesmo ano foi premiado no Festival de Teatro de Lyon.
Em 1962 integra o elenco do filme Pássaros de asas cortadas, de Artur Ramos, tendo estado entre 1961 e 1965 no teatro Moderno de Lisboa.
Nessa companhia fez parte do elenco de várias peças entre as quais O tinteiro, de Carlos Muñiz, e Humilhados e Ofendidos, de Dostoievski, onde obteve grande sucesso.
Durante a existência do Teatro Moderno de Lisboa, uma companhia fundada sem subsídios e perseguida pela PIDE, contracenou com actores como Carmen Dolores, Armando Cortez, Fernando Gusmão, Armando Caldas, Glicínia Quartin, Paulo Renato, entre outros.
Em 1968, com Irene Cruz, João Lourenço e Rui Mendes, fundou o Grupo 4, no Teatro Aberto, onde representou vários autores como Peter Weiss, Brecht, Peter Handke e Boris Vian.
Com o Grupo 4 encenou no Teatro Aberto É preciso continuar, de Luiz Francisco Rebello.
Em 1985 participa do elenco da comédia Pouco Barulho, com Nicolau Breyner, passando depois pela Companhia Teatral do Chiado.
Aí, ao lado de Mário Viegas, integrou o elenco de À espera de Godot, de Samuel Beckett.
Em 2004, dirigido por Joaquim Benite, interpretou O fazedor de teatro, de Thomas Bernard, com a Companhia de Teatro de Almada, que lhe valeu a Menção Honrosa Crítica nesse ano.
Participou ainda nas décadas de 1980 e 1990 em novelas e séries portuguesas de televisão.
Entre 1996 e 1998 popularizou-se na interpretação do professor em As lições do Tonecas.
Lusa / SOL
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