Em Toronto, Tóquio e Chicago basta trabalhar 12 minutos para se comprar um Big Mac.
Em Lisboa, o tempo quase duplica: são precisos 23.
Ainda assim, estão longe dos 136 minutos de Jacarta, na Indonésia, e dos 158 de Nairobi, no Quénia.
O estudo divulgado ontem pelo banco suíço UBS compara o custo de vida em 73 cidades. Os dados recolhidos ao longo de Março deste ano têm como referência um cabaz de produtos e serviços, sendo alguns dos indicadores um Big Mac, um quilograma de pão e um quilograma de arroz. Pela primeira vez este ano, foi incluído um iPod nano a comprar em qualquer Apple store.
No campo das tecnologias, a tabela é liderada por Nova Iorque e Zurique, sendo apenas necessárias nove horas, cerca de um dia de trabalho, para ouvir o mp3 soar as primeiras notas. Já em Lisboa, só com 20 horas de trabalho. No outro extremo da tabela encontra-se Mumbai, na Índia, onde um trabalhador precisa de 20 dias de trabalho (de nove horas cada) para conseguir comprar o mesmo produto. É o equivalente a um mês de salário.
O estudo tem como referência o custo de vida em Nova Iorque, avaliado com 100 pontos. Oslo surge como a cidade mais cara, valendo 112,5 pontos, mais 12 que Nova Iorque. Seguem-se Zurique, Copenhaga e Genebra: os seus residentes pagam cerca de 20% mais que os cidadãos da Europa Ocidental, seja em produtos, serviços ou alojamentos. A Lisboa são atribuídos 74 pontos.
Relativamente aos salários, em Lisboa recebe-se menos de metade do que em Nova Iorque. São também dos mais baixos da Europa, precedendo apenas os países da Europa de Leste. As cidades contempladas com salários mais elevados são novamente Copenhaga, Zurique, Genebra e Nova Iorque.
Em termos líquidos, a cidade de Zurique surge isolada na liderança. Por hora, os seus habitantes recebem 22,6 dólares (16 euros). Mais uma vez, os compatriotas de Genebra não ficam longe, com 20,4 dólares/hora (14,4 euros). Na Dinamarca, os 32,8 dólares (23,2 euros) brutos por hora rapidamente se trans- formam em metade: 17,7 dólares (12,5 euros) líquidos. De facto, são os trabalhadores da Europa Ocidental e da América do Norte que têm os salários brutos mais altos, mas também os que deduzem mais impostos.
Ainda assim, "os redimentos não variam apenas de país para país, mas também entre trabalhadores da mesma cidade", destaca o estudo. Outra variação incide sobre os sectores público e privado, cujas discrepâncias são mais acentuadas em países como o Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e o Qatar.
DN
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