Um estudo britânico revela que as pessoas baixas consideram ter pior saúde física e mental do que as pessoas com um tamanho considerado normal
O estudo demonstra que quanto menos altura se tem, menos qualidade de vida se acredita ter.
O estudo, publicado na revista na Clinical Endocrinology, usou dados de 14.416 inquiridos no âmbito do Health Survey for England de 2003, realizado pelo Departamento de Saúde do Reino Unido.
Durante o estudo, os participantes preencheram um questionário relacionado com a sua qualidade de vida e uma enfermeira mediu as alturas. Investigadores liderados pelo economista dinamarquês especializado na área da saúde Torsten Christensen usaram os dados para procurar uma relação entre altura e qualidade de vida, que combina dados fisiológicos, físicos e de bem-estar social.
O questionário não mediu quão boa é efectivamente a saúde de uma pessoa, mas quão boa a pessoa pensa que a sua saúde é.
Os participantes foram inquiridos sobre cinco áreas relacionadas com o bem-estar, como a mobilidade, cuidado consigo próprio, actividades usuais, dor/desconforto e ansiedade e depressão.
Os investigadores relacionaram os resultados obtidos com os efeitos de outros indicadores de qualidade de vida, como a idade, género, peso corporal, doenças prolongadas e classe social.
Os resultados realçam que quanto mais baixas são as pessoas, mais baixa é a classificação que atribuem à sua qualidade de vida.
As pessoas nas categorias de menor altura (menos de 1,62 metros para os homens e de 1,51 metros para as mulheres) são as que afirmam terem experiência de mais baixa qualidade de vida, quando comparadas com as respostas de pessoas mais altas.
Os resultados permitem calcular que as pessoas de baixa estatura poderiam ver a sua qualidade de vida aumentada em 6,1 por cento se a sua altura subisse sete centímetros nos homens e seis nas mulheres.
A baixa estatura pode resultar de um desenvolvimento normal, mas também pode ser provocada por uma série de doenças, como uma deficiência na hormona do crescimento ou sindroma de Turner.
O tratamento de crianças nestas condições com hormonas do crescimento pode aumentar a sua altura quando adultos em, aproximadamente, 4 a 10 centímetros.
Estudos anteriores não tinham estabelecido claramente qual o impacto deste aumento de altura na qualidade de vida dos pacientes.
Os resultados deste estudo mostram que qualquer pequeno aumento na altura de crianças com baixo percentil de altura pode ter um grande impacto positivo sobre quão boa eles consideram a sua saúde quando forem adultos.
«Sabemos que as pessoas baixas têm maiores dificuldades do que as pessoas com altura normal em áreas da sua vida como a educação, o emprego e as relações, mas a relação entre altura e bem-estar psicossocial ainda não foi compreendida», disse o investigador Torsten Christensen.
«Com esta amostra, representativa da população do Reino Unido, descobrimos que as pessoas mais baixas experimentam mais baixo bem-estar fisico e mental do que as pessoas mais altas e os nossos resultados também indicam que esta relação é mais forte quanto mais baixa for a pessoa», acrescentou.
Embora o estudo não demonstre que a baixa estatura provoca directamente uma redução da saúde física e mental, realçou Christensen, o trabalho indica que as pessoas baixas são mais susceptíveis de sentirem uma experiência inferior relacionada com a saúde e a qualidade de vida.
«No entanto, é agora necessário prosseguir a investigação para esclarecer a relação exacta entre as alterações na altura e na saúde relacionadas com qualidade de vida», concluiu.
Lusa / SOL
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