segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Czestochowa

O lugar mais santo da Polónia No alto de uma das colinas jurássicas que abundam na região, encontra-se a cidade de Czestochowa com o célebre Santuário de Jasna Góra no qual se venera a Virgem Negra. É o lugar mais santo da Polónia e um dos centros de peregrinação mais importantes do mundo. Diz-se que a ele se dirigem cada ano entre cinco a sete milhões de peregrinos, número apenas superado por Roma e Lourdes. “Jasna Góra” é o Santuário da Nação. “É necessário destapar os ouvidos neste santo lugar para sentir como bate o coração da nação dentro do coração da Mãe” disse o papa João Paulo II numa das suas visitas a Czestochowa. A história do claustro de Jasna Góra remonta ao século XIV, quando ali se instalou a congregação dos Paulinos. O ícone da Virgem com o Menino foi levado pelo príncipe Ladislao de Opole, em 1382, que mandou erigir uma igreja e um convento no cume da colina. Já desde as suas origens se outorgaram à imagem atributos milagrosos e Jasna Góra transformou-se num importante centro de culto religioso. Nos anos seguintes, o claustro foi-se ampliando, sendo fortificado no século XVII, de tal forma que logrou resistir ao assédio das tropas suecas em meados desse mesmo século. A célebre defesa de Czestochowa contribuiu para o incremento do culto Mariano na Polónia. Em 1717 a imagem foi coroada pelo delegado do papa Clemente XI. A fortaleza e o complexo conventual dos Paulinos constituem um dos mais valiosos exemplos da arquitectura religiosa da Polónia. Os mais antigos fragmentos das suas construções e a capela da Virgem Maria procedem do século XIV e os restantes dos séculos XVI e XVII. A torre distinta e dominante foi construída no início deste século. A Basílica distingue-se pela sua rica ornamentação e numerosos pormenores arquitectónicos. Uma valiosa colecção de incunábulos foi reunida na biblioteca do claustro, sendo especialmente digno de interesse o tesouro, a que os visitantes têm acesso e no qual se conservam obras de arte, jóias e lembranças doadas ao convento por eminentes personalidades históricas, assim como ex-votos oferecidos por peregrinos e doentes curados. O Arsenal e o Museu do Sexto Centenário merecem igualmente visitas prolongadas. A mesa da Sagrada Família Apesar de ser a imagem mais venerada da Polónia, não existe um critério uniforme sobre a origem da Virgem Negra. Muita gente está convencida de que a versão mais pura é a autêntica. O quadro está pintado nada menos que sobre a mesa que a Sagrada Família partilhou, uma mesa feita pelo carpinteiro São José, e o artista não é outro senão o evangelista São Lucas. O facto de que a Virgem e o Menino sejam negros deve-se à acção do fumo das velas ao fim de tantos anos. Outras propostas, baseadas em estudos científicos, análises iconográficas e diversas outras fontes, atribuem o ícone ao século V, do tipo Odigitria e procedente do Médio Oriente ou Bizâncio, onde este tipo de pintura era bastante frequente. Em 1430 o Santuário foi assaltado e o quadro profanado pelos hussitas. A este facto se devem as marcas que a Virgem apresenta na cara e no pescoço, que em várias ocasiões se tentaram restaurar, mas que sempre voltavam a aparecer. Finalmente ficou decidido que a Virgem as queria conservar e assim se tem mantido. O papa João Paulo II visitou o Santuário em várias ocasiões reunindo lá sempre uma grande quantidade de fiéis. Na primeira das suas visitas como Papa, em 1979, acudiram ali mais de três milhões e meio de pessoas.

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