sábado, 20 de janeiro de 2007

Carnaval em Veneza

O Carnaval de Veneza, Itália, é diferente em estilo, ritmo e espírito de qualquer outro carnaval. Já nas suas raízes é uma celebração de elite, intelectualizada, embora hedonística. As fantasias e as famosas máscaras venezianas inspiram-se na elegância e bom gosto dos trajes dos séculos XVII e XVIII, ou nas personagens da Commedia Dell´Arte, em que figuram os nossos conhecidos pierrôs, colombinas e polichinelos. No final do século XI, o Carnaval de Veneza aparecia nas crónicas como festejos que chegavam a durar até seis meses. Nessa época chegou a regulamentar-se o uso das máscaras, que trinham invadido o quotidiano do povo veneziano. São comuns os relatos de abusos praticados atrás das máscaras durante e depois do carnaval de Veneza: desde a mais ingénua tentativa de sedução até ao adultério; de pequenos furtos até homicídios. As autoridades proibiram o uso das máscaras no início do século XVII. Depis de quase ter desaparecido no século XIX, o Carnaval de Veneza, desde 1980, que é revivido e encorajado pelas autoridades. Atrai hoje mais de 100 mil pessoas que, apesar do frio e da ameaça das marés altas que frequentemente inundam a praça de São Marcos, para ali convergem para admirar o luxo das fantasias e das máscaras. Em Veneza, nas belas mansões e palácios do Gran Canale, organizam-se também luxuosos bailes, regados a champanhe e animados por ruidosas orquestras. A alta sociedade internacional, afastada do burburinho das ruas, comparece aos salões dos hotéis de luxo, decorados a cada ano com temas retirados das óperas de Verdi. Dança-se valsa, tarantela e até mesmo o samba, cada vez mais popular. O povo, por sua vez, concentrado na Praça São Marcos, diverte-se de maneira mais desinibida. Commedia dell'arte - Conhecida também como Comédia de Máscaras, a Commedia Dell´Arte era composta por espetáculos teatrais em prosa, muito populares em Itália e em toda a Europa na segunda metade do século XVI até meados do século XVIII. O espetáculo era baseado no improviso dos actores, que seguiam apenas um esquema elaborado pelo autor para cada cena cómica, trágica ou tragicómica. Grandes actores criavam as acções e os diálogos perante o público. Tornaram-se famosas as figuras de Arlequim, do doutor, do capitão Spaventa, de Pulcinella, Pantalone e Colombina, entre outros, com seus tipos físicos regionais, com seus dialectos e temperamentos especiais, vestimentas e máscaras características.

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