terça-feira, 18 de agosto de 2009

Um Antibiótico Teria Evitado A Morte De Mozart

Um tratamento com antibióticos, se os houvesse na altura, teria evitado a morte de Mozart, devida, segundo um estudo de investigadores holandeses, a uma infecção bacteriana desencadeada por uma simples dor de garganta, noticia Il tempo online.
Segundo o número 18 da revista médica norte-americana Annals of Internal Medicine que publica o estudo citado pelo jornal italiano, Wolfgang Amadeus Mozart sucumbiu provavelmente a uma infecção de estreptococos.
A investigação publicada na revista chega àquela conclusão baseando-se, não apenas nos sintomas que Mozart apresentava, mas numa análise histórica das causas de morte da população de Viena entre Novembro de 1791 e Janeiro de 1792.
Relembra Il Tempo que sobre a morte do genial compositor de "As Bodas de Fígaro" já se disse de tudo, incluindo que ela se deveu a envenenamento (às mãos do rival Antonio Salieri).
Além de envenenamento, falou-se também de sífilis, dos efeitos de um tratamento com sais de mercúrio, de febre reumática, de insuficiência renal, de infecção devida a uma sangria, de infecção de larvas devida ao consumo de carne de porco mal cozida (triquinose).
Mozart não tinha ainda 35 anos quando adoeceu, a 22 de Novembro, em Viena, dois dias depois da sua última actuação em público.
Tinha regressado pouco tempo antes de Praga, concluíra entretanto "A flauta mágica" e começara a compor o "Requiem", que deixaria incompleto. Morreu no dia 5 de Dezembro de 1791.
Anos depois, a cunhada do compositor recordaria que o corpo de Mozart inchara e tinha febre alta, pelo que o médico recomendara a aplicação de pachos de água fria. A causa da morte indicada foi "febre e eczema".
"Como todos, tomámos em consideração os sintomas, mas também aquilo de que morriam as pessoas em Viena naqueles anos", esclareceu Richard H. C. Zegers, chefe da equipa holandesa responsável pelo estudo.
Concretamente, a equipa analisou os registos da morte de 5.011 pessoas com mais de 18 anos, naquele período (Novembro 1791-Janeiro 1792), comparando-os com as causas de morte nos anos precedentes e seguintes, no mesmo período.
As causas mais comuns indicadas eram tubercolose, fome, edema (inchaço dos tecidos subcutâneos), problemas gastro-intestinais e doenças vasculares.
No inverno de 1791-1792, segundo o estudo citado pelo jornal, registou-se uma maior incidência de edemas, o que faz pensar na epidemia de uma doença infecciosa. Os outros sintomas de Mozart - náusea, dores de costas e edema - são compatíveis com uma infecção de estreptococos.
O "streptococcus pyogenes", o mais comum, pode desencadear patologias cutâneas, febre reumática e a glomerulonefrite, uma infecção que afecta os rins e provoca edema.
Uma vez que o estreptococo não é resistente ao antibiótico, se este medicamento existisse em vida de Mozart o compositor austríaco teria por certo vivido mais alguns anos.
DN

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