A abstenção no referendo deste domingo sobre a despenalização do aborto poderá chegar aos 60%, pelo que a consulta não deverá atingir uma participação que a torne vinculativa, declarou fonte da Comissão Nacional de Eleições.
Às 12:00 horas, a afluência às urnas era de 11,57%, divulgou o Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral (STAPE) num website criado especialmente para o efeito.
Em declarações à rádio Antena 1, o porta-voz da CNE, Nuno Godinho de Matos, disse que «na melhor da hipóteses» o referendo terá uma «participação de 30 e tal por cento», abaixo dos 50% necessários para que o referendo seja vinculativo.
Anteriormente, também à Antena 1 o presidente da CNE, Barros Caldeira, tinha lamentado que os portugueses tenham escolhido não participar no referendo, já que este «é uma oportunidade que o povo tem de se aproximar da feitura das leis».
No entanto, justificou parcialmente a fraca afluência com o tempo chuvoso.
A abstenção no referendo de 1998, no qual venceu o «não», atingiu o valor recorde de 68,11%.
Na primeira consulta sobre a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez o «não» ganhou com 50,07%, contra os 48,28% do «sim», apesar de o resultado não ter sido vinculativo uma vez que participaram menos de 50% dos eleitores.
Cerca de 8,7 milhões de eleitores estão recenseados para o referendo de hoje sobre a despenalização do aborto até às dez semanas.
Diário Digital / Lusa
11-02-2007 16:34:00
Nenhum comentário:
Postar um comentário